29 de novembro de 2014

Quando eu vi Terezinha




Pés cansados, machucados. Olhar que diz a mim e sou eu de outra forma. Assim.
Sou do chão e a ele me entrego.



Foto: Mikaelle Costa

28 de novembro de 2014

26 de novembro de 2014

pra manoel


As coisas do chão me pertencem e eu a ele.

Tenho crescido pra manoel.


Foto: Mikaelle Costa (24/11/14 em UFPB)

Crescendo pra manoel



Todo pertencente ao mato é de obrigação almoçar debaixo duma mangueira com percevejos, feixes do sol por trás das copas e as mãos sujas de chão, para que quando se coloque o bolo de feijão na boca, venha o gosto de pertencimento.

21 de novembro de 2014

Amada



É só lembrar daquele estado de ser, daquele conjunto de boca e olhos pra eu querer MORRER!

12 de novembro de 2014

Eu aprendi contigo



O que é isso que você é?
Que devastação o teu estar... assim!

Tudo ainda mais cresce
E eu toda jardim.

9 de novembro de 2014

Fora do eixo




Abaixo a força que prende o grito
Abaixo os engolidores da maioria
Abaixo os que recriminam, apedrejam, boicotam, repreendem, maltratam, aprisionam, castram, cospem na cara, discriminam, obrigam
Abaixo o saber conservador - que vem de onde menos deveria vir: de salas de aula, de Universidades, de movimentos a favor da paz, da boca de professores, do coração de um IRMÃO, de um filho de Jeová, da Santa Seia, do boteco de fim de semana
Abaixo os corações doídos, os corações perdidos, os corações descrentes de si, os corações entregues aos sistemas públicos de corrupção
Abaixo a tudo que me sufoca, essa paixão ralada, ao que eu não disse, ao que perdi por medo
Abaixo aos que não acreditam no amor e principalmente aos que são descrentes completamente de amores pra vida inteira
Abaixo essa agonia de ser
- essa agonia meu Deus!
Abaixo o que está se perdendo de vida
Abaixo aos que aceitam tudo
Abaixo os impostos da rotina
Abaixo as panelas de pressão nos pilares sociais 
Abaixo a desistência do artista de sua causa maior
Abaixo ao não entregar-se
Abaixo os meios-sentimentos 
Abaixo o não proteger-se
Abaixo os espaços perdidos
Abaixo o engolir calado o que não faz bem
Abaixo esse joguinho de Deus, de nos tirar do eixo
Abaixo a minha idiotice de não me declarar 
Abaixo a morte de Manoel de Barros - que limpa meu mundo
Abaixo todos esses teus ângulos perfeitos
Abaixo a lindeza desse olho oceânico
Abaixo essa elevação que me afasta de tu
Abaixo,
Abaixo,
Abaixo.

Que esse poço não seja mais profundo.