19 de setembro de 2013

Restos de nós


Cheiro de sexo no quarto
Vinho derramado
Incensos queimados
Última faixa de Portishead
E o dia ainda rasgando o sono
De corpos exaustos, entregues e nus.

Ensaiando


A composição das coisas mal encaixadas
Fazem uma ciranda perfeita
De uma vida feliz
Quando brincamos de casinha.

Afinidade


Camisas lisas e de cores
Fazem no vestido da menina
Um bordado de flores.
O cheiro que fica de sândalo doce
No rastro daquela história
Que só em novela se vê,
É a essência mais procurada
Pelos casais de banco de praça
Que cheiram a balinha de menta
E se vestem tão desiguais.

Mikamar - fragmentada em poesia


Há! mar! amar! o ar!
Gostoso de ti sentir
O sal que me tempera a cor.
Amar-te!
Másculo!
Braços fortes!
Sentir gostoso
Que me entregas à terra
Podo-me nua na areia
De tua praia!
Após o teu amor
Louvor aos céus
Pela vida toda,
Fragmentada em poesia.

(Adelmo Camilo)

[Recebi de presente essa poesia de um colega poeta, que após se inspirar numa foto que publiquei no facebook, foto esta que coloco aqui junto ao poema, enviou-me carinhosamente. A poesia original, vinda em formato de PDF, era toda concreta: feita toda de ondas do mar.

Motivo de sofrimento


Tenho mil razões para estar em cor
Mas uma coisa e outra são forte o bastante para me acinzentar.

16 de setembro de 2013



A vida tem muito desses disquereres
Que fazem a gente se desgostar.

Isso deu catar
selecionar, classificar
tem me custado solidão.
Mas prefiro os poucos bons
dos que os podres boiando
(coitados!)
implorando perdão.

MARTA B.



Saudade é lembrança que dói.