23 de outubro de 2013
21 de outubro de 2013
Corpo para servidão
De vez em quando era permitido. E mais de vez em quando ainda era.
Saiu à noite topando de parede em parede até chegar. Ajoelhou-se ao pé da cama, rezou três vezes o "Pai Nosso" para si. Não disse "amém" e com cuidado se despiu, deitou calma na cama e de corpo quente sentiu que o outro corpo já era arrepio. Antes das seis da manhã, já era toda parâmetro, tudo bem ajustado: limpel e capuz. Estava pronta para a servidão, até que o Diabo lhe viesse chamar.
20 de outubro de 2013
Por uma boca, eu
Não era sua inteligência, seu modo de discursar, seus seios à mostra, nem o sexo que de vez em quando eu nos imaginava fazendo, era sua boca que me excitava. E por eu não dormir, à noite permitia-me tocar por mim, pôr-me os dedos. Por uma boca eu não queria aquele que dormia ao meu lado, ele não era páreo para ela, ele não era homem o bastante. Todas as convicções, a crença religiosa, o amor eterno, minha opção sexual, os planos de filhos e um lar jardinado tinham se esvaído, derreteram-se naquela boca na hora em que a fixei. Não sabia de minha vulnerabilidade, mas nem me controlei, nem tentei, eu nem quis.
13 de outubro de 2013
Florescer
É como se eu me preparasse. Na verdade é como se a natureza me dissesse que é hora chegada e me mostrasse pra quê de ser mulher.
E eu estando pronta, lembro-me que ainda não é tempo, porque para florescer é preciso um jardim, um lugar ao menos em que a flor tenha condições de estar.
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