24 de novembro de 2012

23 de novembro de 2012

Portofobia





















Hei, não tenha medo de abri-la
Veja que através há um caminho:
A superar ou simplesmente passar.
Vá, em frente tem um mistério
Um ambiente, uma pessoa, uma realização.
Se não abrir nunca saberá o que há
Ir e vê é melhor que acovardar.
Enfrente vá, não há o que temer.
Chute-a, empurre-a, derrube-a
Descubra o que há.
Você pode ter mais força se quiser
Para escancarar, acabar de vez
É só pegar na minha mão:
A amizade tem a força de um lobo mal.

Fim de festa



O primeiro olhar foi pela foto
O primeiro beijo eu esqueci
E assim eu vivi um amor platônico
Com gosto de ressaca e restos de azeitona.


No chão cheio de garrafas semivazias
Papéis, plásticos, camisinhas.
Agora, ninguém em casa
Pra arrumar a cozinha
Endireitar os cds
Dá rumo na minha vida.


Até você que me tirou pra dançar
Me enfeitiçou de pó
Me lambuzou de suor
Deixou apenas um retrato velho
E em mim, um gosto do esquecido
Que se misturou na bagunça da casa
...na minha casa bagunçada.

Quereres sexuais



Eu quis fazer aquela dança
Um estripe selvagem
Um movimento sex e atraente
Te chicotear
Eu quis, eu juro que eu quis!
Ah, eu quis fazer o Kama Sutra
Gemer em inglês
Fazer um oral, um bacanal.
Então me desculpa
Pelo mamãe e papai.

Criação divina

      
      Eu vi pela janela enquanto o ônibus se ia indo rumo ao lar. A luz da lua iluminava de longe a silhueta da mulher deitada no horizonte. Que belas curvas. Que grandes e grossas pernas. Que largo quadril. Mas ela não tinha cabeça e eu sabia, no mais fundo de minha inocência, que quando criada, preocuparam-se apenas em fazer o que lhes interessava. Foi ali que tive a certeza que Deus existia sim e era homem.
Comprei tua passagem de volta.
Parta, preciso viver!

O Sertão vira mar no coração de um sertanejo

          De noitinha, quando as luz naturá se apaga e o Sertão se acarma, lá da pedra mais alta do lagero onde o vento arripuna nos uvido, ocê oia atéééééé onde a vista arcança e no mei do breu, daquela escuridão onde o grilo canta e as coruja pia, cada luzinha de candeeiro acesa nas casinha parece virá barquinho repousando no calmo mar, frutuando em direção a lua que bria mai forte do que os zoi de Rosinha. É nessa hora, na calada da noite, que eu vejo o que ninguém mai vê: que o Sertão vira mar!

1 de novembro de 2012

Carta por fazer

Lá fora o mundo fedia, era podre.
Aqui dentro não. Aqui dentro você teria abrigo.
Tenho segredos de anjos e sei como te melhorar.
Aqui dentro é pousada e a vida descansa calada.
Tenho em mãos a chave da terceira dimensão (caneta e papel) e posso te levar até lá...