30 de agosto de 2014

Kinesfera



Há entre nós imensidões que eu avisto de longe, como no horizonte visto da minha janela, quando vejo telhados de casas coloridas.
E eu querendo atravessar, sem entender, talvez, que o que se tem é exatamente o que se devia. Penso - no banho - que a minha imensidão se ampliou: não sou mais aquela que apenas se ensaboa e vive. Fui invadida. Ando a estranhar a mim mesma. Meus comportamentos parecem estar adoecidos pela enfermidade de não saber a que atmosfera pertenço. 
Corro, corro muito pela avenida, entre as folhagens e nem assim venço o coração, que não para um instante sequer de me dizer, calmo e minuciosamente, que tenho que viver isso. Ele diz: -deixa sentir, deixar ser, sente! E lá vem eu dentro do ônibus, matutando maneiras de amenizar essa guerra entre razão e coração. Na verdade não há maneiras. Já existe um mais forte. Estou entregue!
Seleciono lugares para ir. É como se houvesse aqueles que me fazem estar mais vulnerável. Então eu vou, só pra me desafiar e dizer que quem está no controle dessa merda sou eu!!! Idiota! É mais um dia em que nada foi mais importante do que essa incógnita/agonia. Tenho trilha sonora pronta já, pra os momentos de pensar ou melhor, de sofrer. 
Doze é o número das tentativas que fiz para não olhar pra dentro imensidão. Mas é lindo demais essa paisagem. É uma miragem. É um oásis. Eu me perco. Mas acho que o Universo bem que poderia contribuir e fazer coisas como desencontros, por exemplo. E que acontecessem numa frequência simbólica, pra que eu despertasse ou fosse vencida por essas frustrações dos desencontros. Mas você sempre está lá e quando não está, chega. Muitas vezes, de repente. 
Não há ponte entre nós. Estou voando. Nem percebo que me falta asas e que o abismo abaixo é enorme. Estou apaixonada!

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